Vou falar abertamente, ou melhor, o meu coração vai falar, e espero que o oiças, por mais que te custe.
Um dia nascemos. Um dia já sabemos falar, andar e até já temos dentes para mastigar. Um dia somos crianças. Um dia mentimos, fazemos asneira, mas ninguém nos leva a sério, porque somos crianças.
Mas um dia crescemos. E aí vêm os problemas. Eu sempre tive medo de crescer.
Agora que cresci, sempre que me meto numa alhada não consigo sair dela, sempre que caio num buraco já não tenho uma escada para sair de lá. As pessoas agora levam-me a sério, e levam as coisas a peito. Tu levas-te. E eu não te culpo por isso, porque sei que a culpa foi minha e admito o meu erro. Desde que começámos a falar, desde o primeiro ‘Olá’ até ao último ‘Adeus’ eu sempre soube quem tu realmente eras e o que realmente querias; não o disseste por palavras, mas por sentimentos, e sem quereres, escreveste o que não querias por outras palavras.
Eu sei que fiz porcaria, e não espero que me desculpes. Não sei mesmo se quero que me desculpes. Se eu pudesse andar atrás no tempo eu revia aquele momento, e podes ter certeza, que diria tudo com mais clareza. Mas não posso. Desculpa por isso, e por tudo.